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Atacante da seleção, Gio Queiroz denuncia Barcelona por assédio moral: 'Senti um enorme vazio'

Jogadora, de 18 anos, publicou carta aberta nas redes sociais contando o caso
Giovana Queiroz na apresentação oficial ao Barcelona, em julho de 2020 Foto: Divulgação
Giovana Queiroz na apresentação oficial ao Barcelona, em julho de 2020 Foto: Divulgação

A atacante brasileira Giovana Queiroz, de 18 anos, publicou uma carta aberta em suas redes sociais denunciando o assédio moral e psicológico que sofreu no Barcelona por decidir defender a seleção brasileira. Ela afirma ter sido confinada ilegamente pelo departamento médico do clube.

Depois de fazer a denúncia formal à direção do clube, com provas documentadas,  a jovem decidiu tornar o caso público para que outras mulheres tenham coragem de fazer o mesmo.

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Na carta, Gio, como é conhecida, conta que o assédio começou após ser convocada para a seleção brasileira adulta em outubro de 2020.  Nascida no Brasil, Giovana cresceu nos Estados Unidos e, depois, foi para a Espanha, tendo cidadania de ambos os países e atuado nas seleções de base dos dois. Mas, há dois anos, decidiu jogar pela seleção brasileira e foi como suplente para os Jogos de Tóquio .

Carta Gio Foto: reprodução
Carta Gio Foto: reprodução

"Primeiro recebi indicações de que jogar na seleção brasileira não seria o melhor para o meu futuro no clube. Apesar do desagradável e insistente assédio, não dei muita importância e atenção ao assunto".

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Na carta, a atacante denuncia que o clube começou a utilizar outros mecanismos de pressão para que ela desistisse de defender a seleção brasileira e tentaram, por isso, prejudicar sua carreira.

Em fevereiro de 2021, ela disse ter sido submetida a um confinamento ilegal por parte dos chefes do departamento médico. A alegação era de que ela tinha tido um contato próximo com um caso positivo de Covid-19.  Mas, por intuição, procurou o departamento de saúde da Catalunha e descobriu que o protocolo não era necessário no caso dela.

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Ao fim do período de quarentena, Gio seguiu para os Estados Unidos com a seleção brasileira. No retorno, ela conta que foi acusada pelo clube de indisciplina por ter viajado sem autorização do clube. Em reunião com o diretor do clube, ele a ameaçou e disse que ela seria separada da equipe e sofreria graves consequências.

"Entrei em pânico. Temi por meu futuro. Havia participado das campanhas da Fundação Barça para a aprovação da lei de proteção de menores contra a violência e ao mesmo tempo, dentro do clube, estava totalmente desprotegida. Voltei para casa completamente arrasada. Chorei muitas vezes. Senti um enorme vazio. Não tinha força para lutar pelos meus direitos".

Contratada pelo clube espanhol em 2020, ela atuou por duas temporadas antes de ser emprestada ao Levante, ano passado.

O Barcelona ainda não se posicionou sobre o assunto.