Influencers filhas de oligarcas russos desafiam Putin e se manifestam contra guerra na Ucrânia

Em meio aos ataques da Rússia contra a Ucrânia, que foram iniciados na semana passada, influencers herdeiras da elite russa têm usado suas redes sociais para se posicionar contra a guerra – um movimento bastante arriscado, uma vez que o governo liderado por Vladimir Putin tem repreendido duramente manifestantes e veículos de imprensa que condenam o conflito.

Uma das famosas a se manifestarem foi Elizaveta Peskova, filha do porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov. Ela fez um post no Instagram com os dizeres "não à guerra" – mas o apagou apenas uma hora depois da publicação, conforme reportou o jornal Daily Mail. A influenciadora, que reúne mais de 236 mil seguidores na rede social, não ofereceu explicações para o ocorrido.

Maria Yumasheva também se mostrou a favor do povo ucraniano na guerra. Filha de Valentin Yumashev, conselheiro do governo russo que teve papel crucial na escalada de Putin ao poder, a jovem de 19 anos publicou no Instagram uma foto da bandeira da Ucrânia e escreveu na legenda: "Sem guerra". O post segue no ar.

Com isso, Maria e Elizaveta se juntam a Sofia Abramovich, filha de 27 anos do magnata russo Roman Abramovich – na semana passada, a influencer apontou no Instagram que apenas Putin quer a invasão à Ucrânia. "A maior e mais bem-sucedida mentira da propaganda do Kremlin é que a maioria dos russos está com Putin", diz a imagem compartilhada por ela.

Enquanto as três influencers se posicionam em suas redes sociais, veículos internacionais têm reportado que protestos contra a guerra têm encontrado forte repressão policial em cidades da Rússia. Além disso, nesta quinta-feira (3), foi confirmado que a Ekho Moskvy, famosa estação de rádio de Moscou, foi dissolvida pelo seu comitê depois de ter os acessos ao seu site restringidos pelo governo russo. O movimento vem depois do Roskomnadzor, órgão federal russo responsável pelo monitoramento da mídia local, instruir veículos de comunicação a se aterem apenas às informações divulgadas pelo próprio Kremlin sobre a guerra na Ucrânia, e ainda banir o uso de palavras como "invasão", "ofensiva" e "guerra" na cobertura jornalística.