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Craques da imprensa ainda lamentam despedida de Galvão

Narrador vai deixar de transmitir jogos pela Globo após Mundial do Catar

28 mar 2022 - 10h21
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Galvão Bueno - TV Globo
Galvão Bueno - TV Globo
Foto: Maurício Fidalgo / TV Globo

O fim de semana de reta final nos Estaduais ainda manteve em evidência a decisão anunciada por Galvão Bueno de se despedir das narrações esportivas da Globo após o Mundial do Catar, que terminará em dezembro. O assunto tomou conta das mesas redondas, dos debates esportivos.

Para ter uma dimensão mais real do impacto do afastamento de Galvão de seu ofício na TV, o Portal Terra ouviu oito dos nomes mais conceituados da crônica esportiva nacional. Confira abaixo o depoimento deles, que exaltam o profissionalismo e a excelência do comunicador.

Antero Greco (comentarista da ESPN) – “O Galvão é um fenômeno, comunicador brilhante, que há décadas sabe segurar audiência. Há quem ame odiá-lo, porque não consegue se desvencilhar do fascínio que ele exerce. Jogo da seleção sem o Galvão não tem graça, fica faltando algo, mesmo se ela vença por goleada. Galvão é incomparável para encher a bola da seleção e para cornetá-la. Vou falar uma nova: ele é o Pelé da narração.”

Darci Filho (jornalista esportivo com 52 anos de profissão, com passagem em emissoras de rádio, TV e jornais do Rio Grande do Sul) – “Eu não fui apresentado ao Galvão Bueno. Nosso encontro foi casual. Se deu em 1977, antes dos jogos pelas eliminatórias da Copa de 1978, na Colômbia Equador e Bolívia. Eu tinha que ser vacinado contra a febre amarela e num centro de saúde no Rio, no dia em que eu fui tomar a vacina, encontrei ele, começamos a conversar, e assim se iniciou a nossa relação; muitos anos depois, nós retornávamos da Colômbia, onde houve a disputa da Copa América de 2001, e o Galvão, ao desembarcar em São Paulo, não achava o certificado de vacina dele. Aí ele falou, aprontou, reclamou e acabaram concedendo a entrada dele. Eu até falei que era testemunha da vacinação dele, mas meu depoimento ali não valia absolutamente nada, claro. Depois, os profissionais de plantão pesquisaram e confirmaram que ele tinha sido vacinado. É um amigo que conheci não de um convívio diário, mas de um convívio profissional muito respeitoso, com muito carinho que ele sempre teve comigo. Sem dúvida, nesse mundo contemporâneo, é o maior nome da comunicação brasileira.”

Edson Mauro (narrador da Rádio Globo) – “Essa despedida vai fazer com que a gente deixe de desfrutar das narrações dele, que é o mais emblemático narrador da TV brasileira. Durante a trajetória toda do Galvão, eu sempre admirei, além do ritmo, da dinâmica, da criatividade dele, dos bordões, do profissionalismo, das preparações do Galvão paras as transmissões, eu sempre admirei o formato que ele criou com envolvimento do público nas transmissões. Ele traz o telespectador, o público, para o lado dele. Tipo assim, olha, já que a gente vai sofrer durante esse jogo, vamos sofrer juntos; já que a gente vai comemorar alguma vitória, vamos comemorar juntos. Isso aí é o que considero a escola Galvão Bueno de narração esportiva.”

Eraldo Leite (comentarista da Rádio Globo e presidente da Associação de Cronistas Esportivos do Rio de Janeiro - Acerj) – “Galvão Bueno não marcou apenas uma época na crônica esportiva, na narração esportiva da TV, e do rádio também, do Brasil. Ele marcou uma geração inteira. Todo mundo é de alguma forma participante da geração Galvão Bueno, ou ao seu lado ou vendo e ouvindo ele narrar. Foi com surpresa que eu vi o anúncio da sua retirada. Porque a gente sempre ouvia dizer que o Galvão ia parar e achava que isso não ia acontecer nunca. Claro que um dia isso tinha que acontecer. Galvão já teve oportunidade de parar com o Brasil campeão do mundo, com o Brasil campeão olímpico, com Ayrton Senna campeão do mundo. Ele sempre se reinventava. É uma pena que a gente vá de fato presenciar o fim dessa era Galvão Bueno. Mas entendo que é preciso também que ele tenha a oportunidade, com a saúde que tem, com as coisas que ele conquistou na sua vida profissional, de desfrutar da sua vida particular. Ele merece.”

José Carlos Araújo (narrador da Rádio Tupi) – “Carlos Eduardo Galvão Bueno é um companheiro de muitos e muitos anos, de muitas e muitas jornadas. Ele transmitiu 11 Copas do Mundo, eu 12. A gente é de uma geração mais antiga. O futebol está no sangue do Galvão. Acho que ele vai seguir na TV, de repente não na TV aberta, mas acredito que ele não vai querer ir para casa e ficar na cadeira de balanço olhando o tempo passar. Ele vai continuar trabalhando em plataformas digitais. A era moderna não permite que um cara com saúde, com disposição, com público, com qualidade profissional, e ainda em alta performance, vá parar de trabalhar. Meu abraço para o Galvão e o desejo de boa sorte. Espero encontrá-lo novas vezes, em novas oportunidades, esbarrando com ele pelos corredores dos estádios.”

Luís Roberto (narrador da TV Globo) – “Galvão é eterno! A voz que nos acompanha e nos emociona desde sempre! Um talento raro. Gênio da raça! Uma referência na profissão. Com ele não tem essa de última transmissão! Muitas outras virão! Ele sempre estará nas nossas mentes e corações!”

Luiz Penido (narrador da Rádio Tupi) – “A ausência de Galvão Bueno a partir da Copa de 2022 é o primeiro grande desfalque da Copa de 2026. Ele é um ícone da comunicação do Brasil, o maior locutor da história da TV brasileira, o maior narrador da história da Fórmula 1. Eu que acompanho muito bem a F-1, eu posso dizer com toda a certeza, perdoem a fata de modéstia, mas tenho autoridade para afirmar que o Galvão Bueno é o melhor locutor esportivo da história da F-1 de todos os tempos. Um ícone da comunicação, como já disse, um locutor absolutamente completo. Ele se tornou uma pessoa tão relevante que não há mais palavras no dicionário para descrevê-lo. Ele conseguiu pisar do primeiro ao último degrau, chegar ao topo da carreira, no alto do pódio, e ali permanecer por tantos e tantos anos dando uma verdadeira aula do que é ser comunicador. O Galvão Bueno é o professor-mor de todos aqueles que querem transmitir, seja pelo rádio ou pela TV. Um comunicador completo como ele não existiu antes, com certeza. Não posso garantir que nunca haverá outro igual, mas é bem difícil que surja um novo Pelé, um novo Galvão Bueno.”

Wanderley Nogueira (comentarista e apresentador da Rádio Jovem Pan) – “Na minha opinião, ele deve mergulhar em outras plataformas e será sempre um sucesso. Narrou para todos os cantos do Brasil os principais eventos esportivos das últimas décadas e para o público de uma das maiores emissoras de TV do mundo. O Galvão é especial, marcante pelo talento e qualidade. Eu tive o prazer de viajar pelo mundo ao lado dele. Eu pela Jovem Pan e ele pela Globo, grandes conversas, experiências, boas gargalhadas. O Galvão tem sido a voz de vitórias e derrotas inesquecíveis. Momentos dramáticos foram registrados pelo Galvão, alegrias incontroláveis. Ele vai sair da Globo deixando no arquivo da emissora uma parcela riquíssima do acervo. Felizes serão as outras plataformas.”

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