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Por Redação do ge — Rio de Janeiro


O novo regulamento de motores para 2026, aprovado em agosto de 2022 pela FIA, tem como um dos pilares a atração à F1 de "novas fabricantes". Uma destas já surgiu: a Audi vai entrar na categoria, daqui a pouco mais de três anos, em parceria com a Sauber. Ainda falta tempo, mas os alemães já começaram a traçar metas - incluindo brigar por vitórias até 2029.

- Somos conscientes do desafio que temos adiante. (...) Mudarão as unidades de potência (em 2026), mas também os chassis. De alguma forma, pode-se resetar a vantagem dos competidores com experiência no passado, e facilita que os novos possam ser competitivos. Queremos ser competitivos em três anos, é um objetivo realista. Queremos competir por vitórias no terceiro ano - afirmou Adam Baker, CEO da Audi Formula Racing, ao diário espanhol As.

A "sustentabilidade financeira", como prega a FIA, é um dos fatores de atração. Além disso, o novo regulamento prevê maior atenção voltada à sustentabilidade ambiental. Haverá um aumento de até 50% do uso de energia elétrica nas unidades de potência, além de combustíveis 100% sustentáveis.

Audi anuncia entrada na Fórmula 1 em 2026 — Foto: Divulgação/F1

Perguntado sobre os motivos que levaram a Audi à F1, Baker revelou não haver uma única razão. O CEO vê similaridades entre a mobilidade elétrica, "a estratégia do futuro da Audi", e a adoção dos novos combustíveis. Além disso, Adam cita o aumento da popularidade com o público e a redução de custos.

- É atrativo para a Audi entrar em 2026 porque o decidimos com tempo, temos 42 meses até a primeira corrida. (...) São vários fatores que se alinharam para torná-la (F1) extremamente chamativa para fabricantes, em especial a Audi. (...) Se você quer uma plataforma fantástica para demonstrar sua competência e seus conhecimentos, 24 vezes por ano, é o melhor lugar.

"A F1 se coloca como laboratório para o desenvolvimento destes combustíveis (sustentáveis) a partir de 2026, e suas possíveis aplicações comerciais e legislativas. São uma boa solução para avançar na descarbonização das frotas de veículos já existentes que usam motores a combustão", completou.

Audi anuncia entrada na F1 a partir de 2026 — Foto: Divulgação

Ao projetar a entrada na F1, Baker relembrou que o automobilismo está "no DNA" da Audi. A montadora alemã, que já esteve presente no Mundial de Endurance (WEC), também vem de um projeto extenso no automobilismo de fórmula, tendo competido como equipe na Fórmula E entre 2014 e 2021.

O foco inicial da Audi na F1, segundo o diretor, será focar no próprio desempenho - e não na concepção de unidades de potência para outras equipes do grid.

- Podemos ser obrigados pela FIA a fornecer motores segundo o regulamento. Se isso acontecer, estaríamos preparados, seguramente. Mas neste momento não estamos buscando uma equipe cliente, é cedo demais para isso. Focaremos em nosso programa como fábrica - acrescentou Adam Baker.

Audi anuncia entrada na F1 a partir de 2026 — Foto: Divulgação

A Porsche manteve negociações para entrar na F1 e tornar-se acionista da RBR, mas o acordo não andou. Diferente da Audi - por mais que ambas as marcas pertençam ao grupo Volkswagen -, a ideia da Porsche era tornar-se mais que fornecedora de motores, mas acionista da equipe de energéticos.

A Fórmula 1 2023 começa no dia 5 de março, com o GP do Bahrein. A próxima temporada será a maior da história da categoria, com 23 corridas previstas; o GP da China, inicialmente incluído no planejamento, foi novamente cancelado.

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